O governo moçambicano está na fase conclusiva das negociações para o financiamento da reconstrução da Estrada Nacional Número 6 (EN6) que liga a cidade da Beira e a vila de Machipanda, num troço de aproximadamente 285 quilómetros.
De acordo com o Ministro das Obras Públicas e Habitação, Cadmiel Muthemba, que não anunciou os montantes envolvidos, trata-se de um projeto que envolve para além da reabilitação, o alargamento da estrada para que possa acomodar, sem restrições, o intenso tráfego que se regista.
Dados oficiais indicam que diariamente circulam pela EN6 uma média de três mil camiões, grande parte dos quais transportando mercadorias de e para os países do hinterland, sendo que o Porto da Beira é considerado o principal ponto de partida e chegada.
Por conseguinte, a degradação daquela rodovia influencia negativamente nas trocas comerciais entre Moçambique e os seus vizinhos da região austral de África e não só.
Por outro lado, é pela EN6 que se efetua a comunicação entre a cidade da Beira e as restantes partes do país, facto que garante o abastecimento à população local em produtos alimentares básicos, sobretudo os produzidos nos distritos de Sofala ou noutras províncias, sendo assim a sua transitabilidade imprescindível.
Enquanto os trabalhos de reabilitação e ampliação desta via não acontecem, o Executivo mobilizou o empreiteiro MCA para executar obras de emergência no troço Beira/Inchope, numa extensão de 134 quilómetros, como forma de garantir a transitabilidade na rodovia que se encontrava em estado crítico.
A mobilização de financiamento para a EN6, segundo apurámos, visa resolver problemas estruturais da estrada, o que não vai ser conseguido com a intervenção de emergência em curso.
Devido ao mau estado da via, transportadores nacionais e estrangeiros, sobretudo da Zâmbia, Malawi, Zimbabwe e Congo viam-se na contingência de levar quatro a cinco horas para fazer um trajeto que em condições normais basta hora e meia. Ademais no estado em que a rodovia se apresentava antes da intervenção, propiciava a ocorrência de roubos.
A Estrada Nacional Número Seis consta do conjunto das estradas que o Governo pretende ver concessionadas e cuja manutenção será garantida pela cobrança de portagens.
De acordo com o ministro das Obras Públicas e Habitação que apresentou um informe sobre a matéria ao Parlamento, no âmbito da promoção da participação do sector privado na construção, gestão e manutenção de estradas, já está em implementação a concessão de 700 quilómetros de rodovias asfaltadas na província de Tete na qual está inclusa a construção da nova ponte de Tete.
Sobre esta ponte, Muthemba indicou que decorrem a um ritmo satisfatório as obras de construção da infraestrutura.
Com efeito, já foram concluídos os encontros, dezassete pilares dos 23 previstos e a colocação da laje em cinco vãos dos 24 projetados.

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