A Eaglestone fechou na semana passada uma operação de 200 milhões de dólares em Moçambique, que assegura à firma fundada em 2011 por Pedro Ferreira Neto uma posição entre os principais ‘advisers' financeiros independentes da África Austral.

A firma atuou como assessor financeiro exclusivo da Gigawatt Moçambique na estruturação e financiamento do
projeto da central térmica a gás natural de 100 Megawatts (MW) na região de Ressano Garcia.

O projecto envolveu um investimento global de 200 milhões de dólares e demorou três anos a concluir. Esta central constitui até à data, uma das maiores operações de ‘project finance' no sector de geração eléctrica a gás em Moçambique.

"Dada a importância, dimensão e complexidade do projecto é natural que o fecho desta operação traga maior visibilidade à actividade que temos vindo a desenvolver, nomeadamente no desenvolvimento de vários projectos em Moçambique", dissera Pedro Ferreira Neto (CEO), Pedro Pereira Coutinho (responsável por Moçambique) e Nuno Gil (África do Sul), em declarações escritas em resposta a questões enviadas pelo Diário Económico.

Salientaram que, "com esta operação, a Eaglestone assessorou com sucesso nos últimos 18 meses projetos no valor superior a mil milhões de dólares, valor bastante significativo, para mais se tivermos em conta que foi fundada há pouco mais de dois anos e é independente dos grupos financeiros locais".

O projecto de Ressano Garcia foi desenvolvido pela Gigawatt, uma empresa moçambicana que detém uma concessão de geração de energia a gás atribuída pelo Estado Moçambicano. A central estará localizada no Power Park Gigawatt em Ressano Garcia, no sul de Moçambique estando prevista a conclusão da construção no decorrer do quarto trimestre de 2015.

Adiantaram que uma operação desta natureza "levanta naturalmente vários desafios".
"Um dos principais foi o de estabilizar um contrato de compra e venda da energia produzida pelo projecto que fosse considerado aceitável para financiadores e investidores", especificaram.

A Eaglestone considera que a região da África Subsariana "regista um enorme défice de produção de energia e a
Eaglestone elegeu este sector como um sector estratégico para o desenvolvimento da sua actividade de assessoria financeira".

"Desta forma e tirando partido das reconhecidas credenciais da nossa equipa, estamos a trabalhar em vários projectos de geração de energia em países como Moçambique, Angola, África do Sul, Rwanda e Tanzânia e repartidos por várias tecnologias como gás natural, eólica, solar, hídrica e co-geração", salientaram.

Realçaram que "a primeira metade deste ano foi muito dinâmica para a atividade de assessoria da Eaglestone".
A firma concluiu com sucesso processos de assessoria financeira em transações de participações acionistas
minoritárias em três blocos de petróleo em dois países da África Subsariana e está em fase final de fechar o
financiamento para um projeto de energia eólica de 88MW na África do Sul.

Acrescentaram que a Eaglestone iniciou este ano a atividade relacionada com o mercado de capitais, onde perspetiva "concretizar algumas operações relevantes de estruturação e colocação em mercado de capitais de dívida de clientes de Angola e do Gana".
in Económico