Hoje em dia é cada vez mais evidente a preocupação com a qualidade e durabilidade das edificações. As diretrizes de projeto e execução prescrevem cuidados que aumentem as probabilidades de conservação da integridade física e mecânica das construções pelo período previsto para sua vida útil. Com esta finalidade, é recomendada a realização de inspeções periódicas que permitam a identificação de pontos de degradação no ciclo inicial, conduzindo a uma intervenção mais eficiente no ambiente construído. Porém, a prática de tais procedimentos de manutenção ainda não se tornou um hábito para humanidade, o que se reflete no mau estado de conservação das edificações em geral.
As anomalias decorrentes da conservação inadequada, principalmente das estruturas, podem conduzir a uma situação de risco para os usuários e para a preservação do próprio patrimônio edificado. Na situação da edificação apresentar valor histórico agregado, as exigências de manutenção são ainda maiores do que em relação a uma construção nova. As soluções para reparação ou melhorias devem respeitar as características originais da construção na medida do possível. Para identificação e caracterização do estado de conservação de uma estrutura, são necessários ensaios que envolvem a retirada de um corpo-de-prova, denominados destrutivos. No caso de uma edificação histórica, não é concebível a retirada de porções do material estrutural para ensaios de caracterização, pois esta atitude configura a depredação do patrimônio da sociedade. A opção viável nesta situação é o uso de ensaios não destrutivos que auxiliam na avaliação das condições e propriedades de um material, sem prejuízo de seu uso futuro. Entre estes tipos de ensaios minimamente invasivos aplicáveis às estruturas de madeira, entre as técnicas disponíveis, este trabalho aborda a perfuração controlada e a penetração por impacto. Os equipamentos utilizados são o Resistograph® e o Pilodyn®, respectivamente, de propriedade do Grupo de Alvenaria e Construções Históricas do Departamento de Engenharia Civil, Universidade do Minho, Portugal.
O objetivo do presente trabalho é avaliar o estado de degradação de uma estrutura de madeira do século XVIII por meio do uso de técnicas não destrutivas, como apoio ao projeto de restauração do Laboratório Chimico, situado no Pólo I da Universidade de Coimbra, no Largo Marquês de Pombal, Coimbra, Portugal. A equipe responsável pela avaliação é composta por membros da Universidade do Minho (UMINHO) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ambas as instituições com pesquisadores experientes no uso de técnicas não destrutivas aplicadas a madeiras.