Até há poucas dezenas de anos a envolvente dos edifícios caracterizava-se pela sua
elevada permeabilidade ao ar que, embora sendo causa de desconforto, assegurava
as necessidades de ventilação das habitações. No rescaldo do impacte das crises
energéticas dos anos setenta foi evidenciada a forte necessidade de ser reduzida a
permeabilidade ao ar da envolvente dos edifícios, como forma de reduzir os
consumos energéticos na climatização das habitações. Com alguma frequência, a
forte redução da permeabilidade ao ar da envolvente do edifício e o
subdimensionamento dos meios de evacuação dos produtos da combustão das
cozinhas conduziram à existência de uma menor qualidade do ar interior de edifícios
de habitação, sendo esta evidenciada pelo aparecimento de anomalias construtivas,
por exemplo pelo crescimento de fungos e bolores, quando a esses aspectos se
associa também um limitado isolamento térmico da envolvente. A tomada de
consciência da deficiente qualidade do ar interior criou condições para o
desenvolvimento de acções que têm em vista a sua melhoria, referindo-se como
exemplo a publicação das várias partes da norma NP 1037, relativa à ventilação e
evacuação dos produtos da combustão, e a publicação do Regulamento das
Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (Decreto-Lei 80/2006, de 4
de Abril), marcado também pela preocupação da melhoria da qualidade do ar interior.
Neste número de Cadernos Edifícios apresenta-se um conjunto de textos que
reflectem um olhar multifacetado relativamente à ventilação e que evidenciam a sua
crescente importância.

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