Moçambique vai ter uma segunda barragem no rio Zambeze para produzir energia, a poucos quilómetros de Cahora
Bassa, um investimento de 2,4 mil milhões de dólares que quase duplica a produção de electricidade do país.
A barragem, Mphanda Nkuwa, será construída pela construtora brasileira Camargo Corrêa.
O investimento, um dos maiores em Moçambique nos próximos anos, 2,4 mil milhões de dólares, representa um quarto
do produto interno do país (que não chega a 10 mil milhões de dólares) e deve estar pronto dentro de seis anos,
com as obras a começarem no final do próximo ano.
‘A construção está prevista para 56 meses, sendo que a primeira das quatro turbinas, de 350 megawatts cada, entra em
operação 50 meses após o início da construção’, explicou à Lusa Raúl Giesta, administrador executivo da HNMK,
empresa que vai construir a barragem e que é formada pela Camargo Corrêa e pelas moçambicanas EDM
(electricidade) e INSITEC.
Ao todo, a barragem de Mphanda Nkwua vai produzir, numa primeira fase, 1500 megawtts de energia, 20 por cento dos
quais para Moçambique e o restante para exportar.
Cahora Bassa, a maior barragem de Moçambique e das maiores de África, atingiu recentemente o máximo de produção,
1920 megawatts.
Raúl Giesta explicou que a nova barragem terá um comprimento de 700 metros e 86 metros de altura máxima acima da
fundação, com um descarregador de cheias compreendendo 13 comportas.
Será construída a 61 quilómetros a jusante de Cahora Bassa, 70 quilómetros da cidade de Tete e 1500 de Maputo, a
capital moçambicana.
Mphanda Nkwua é o maior investimento em África da Camargo Corrêa, que é a maior construtora de hidroeléctricas do
mundo e a responsável, entre outras, pela barragem de Itaipu, no rio Paraná, com uma capacidade de produção de
14000 megawatts. ‘A Camargo Corrêa já produziu cerca de 50 gigawatts de potência, o que equivale a sete por cento da
capacidade mundial de geração hidroeléctrica’ disse Raúl Giesta.
Em entrevista à Lusa em Maputo lembrou que a Camargo Corrêa Moçambique, dirigida por Armando Vara, está também
envolvida na construção de uma mina de carvão (da também brasileira Vale) igualmente em Tete, e na reabilitação da
linha férrea de Nacala.
Até agora a ESKOM, a companhia sul-africana de produção e distribuição de energia elétrica, ainda não garantiu a
compra da energia que a barragem vai produzir mas o ministro moçambicano da energia, Salvador Namburete, já disse
que "Mphanda Nkuwa foi concebida para o desenvolvimento de Moçambique" e que o país quer usar a eletricidade tanto
mais que há projectos paralisados devido à escassez de energia.


Imensis