As centrais hidroelétricas de Mavuzi e Chicamba, na província de Manica, poderão aumentar no conjunto a capacidade de geração passará de energia elétrica dos atuais 63 MW para 86 MW, para além de se assegurar maior disponibilidade e reforço da qualidade de energia fornecida no centro do país.
Para esse fim, a empresa pública Eletricidade de Moçambique (EDM, E.P) celebrou, sexta-feira última, em Maputo, um contrato de empreitada com o consórcio constituído pelas empresas francesas Cegelec e Hydrokarst e outro de fiscalização com a empresa alemã Fichtner.
O contrato prevê a restauração das duas centrais hidroelétricas, num custo total de cerca 95 milhões de euros (equivalente a 122 milhões de dólares), financiados pela Agência Sueca de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (ASDI), com 300 milhões de coroas suecas (cerca de 35 milhões de euros) concedidos sob a forma de donativo.
A Agência Francesa de Desenvolvimento comparticipa com 50 milhões de euros enquanto o Banco Alemão de Investimentos (KfW) desembolsou 18 milhões de euros (cerca de 23.6 milhões de dólares) sob forma de empréstimo concessional.
Com uma duração prevista de dois anos e meio, o projeto de reabilitação das centrais hidroelétricas de Mavuzi e Chicamba consiste na substituição dos Grupos Geradores 1 e 2, por novos, reabilitação dos Grupos 3, 4 e 5, modernização dos sistemas de controlo, proteção e comando.
O projeto inclui ainda o fornecimento de quatro novos transformadores, reabilitação de equipamento de alta tensão de 110 KV na subestação principal, incluindo novos equipamentos de proteção das infraestruturas, reabilitação das comportas, assim como a reabilitação e asfaltagem de cerca de 14 quilómetros de estrada de acesso à central.
Segundo o ministro da Energia, Salvador Namburete, a assinatura do acordo enquadra-se nos esforços que o Governo de Moçambique, com o apoio dos parceiros de desenvolvimento, tem realizado na criação de condições que permitam melhorar a eficiência no aproveitamento dos recursos de que o país dispõe.
Por sua vez, Augusto de Sousa Fernando, presidente do conselho de administração da EDM, referiu que a assinatura do contrato de empreitada e de fiscalização das obras para a reabilitação das centrais hidroelétricas de Chicamba e Mavuzi marca o início de uma nova fase há muito esperada para estes dois importantes e históricos sistemas”.
“A nossa expectativa é aumentar a nossa capacidade de geração, maior fiabilidade e disponibilidade dos equipamentos e maior produtividade, pois só assim, cumpriremos a nossa missão de fornecer energia elétrica aos moçambicanos, com qualidade e fiabilidade, no âmbito do Programa Quinquenal do Governo”, frisou o presidente do Conselho de Administração da EDM.
Entretanto, a embaixadora sueca, Ulla Andrén, afirmou que Moçambique tem uma economia de crescimento muito rápida e com uma demanda crescente de eletricidade. Ao mesmo tempo, a capacidade de produção de energia não aumentou suficientemente, para ir de encontro com a demanda.
“Aumentar a capacidade para a produção de energia segura e sustentável é crucial para a redução da pobreza no país e para satisfazer as necessidades económicas e sociais básicas”, disse.
Refira-se que a Central de Mavuzi foi construída na década 50, enquanto a da Chicamba na década 60, e desde a sua construção será a primeira vez que se beneficiam de uma reabilitação de grande envergadura.

Fonte: Notícias